segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Temor ao Senhor



“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.” 
Dt 6.1-2 

Um mandamento frequente ao povo de Deus do Antigo Testamento é “temer a Deus” ou “temer ao Senhor”. É importante que saibamos o que esse mandamento significa para nós como crentes. Somente à medida que verdadeiramente temermos ao Senhor é que seremos libertos da escravidão de todas as formas de temores anormais e satânicas. 

O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS

O mandamento geral de “temer ao Senhor” inclui uma variedade de aspectos do relacionamento entre o crente e Deus. 

(1) É fundamental, no temor a Deus, reconhecer a sua santidade, justiça e retidão como complemento do Seu amor e misericórdia, conhecê-lO e compreender plenamente quem Ele é (Pv 2.5). Esse temor baseia-se no reconhecimento que Deus é um Deus Santo, cuja natureza inerente O leva a condenar o pecado. 

(2) Temer ao Senhor é considerá-lO com Santo temor e reverência e honrá-lO como Deus, por causa da Sua excelsa Glória, Santidade, Majestade e Poder (ver Fp 2.12). Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus manifestar-se através de “trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte” o povo inteiro “estremeceu” (Êx 19.16) e implorou a Moisés que este falasse, ao invés de Deus (Êx 20.18,19; Dt 5.22-27). Além disso, o salmista, na sua reflexão a respeito do Criador, declara explicitamente: “Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33.8,9). 

(3) O verdadeiro temor de Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvação. Por exemplo: depois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema destruição do exército egípcio, “temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR” (ver Êx 14.31). Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem ao Senhor: 
confiai no SENHOR; Ele é vosso auxílio e vosso escudo” (Sl 115.11). Noutras palavras, o temor ao Senhor produz no povo de Deus esperança e confiança nEle. 

(4) Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele é um Deus que se ira contra o pecado e que tem poder para castigar a quem transgride Suas justas leis, tanto no tempo como na eternidade (Sl 76.7,8). 
Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, tiveram medo e procuraram esconder-se da presença de Deus (Gn 3.8-10). Moisés experimentou esse aspecto do temor de Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em oração, intercedendo pelos israelitas transgressores: “temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos destruir” (Dt 9.19). 

RAZÕES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS

As razões para temer o Senhor vêm do significado do temor do Senhor. 

(1) Devemos temê-lo por causa do Seu grande poder como o Criador de todas as coisas e de todas as pessoas (Sl 33.6-9; 96.4-5; João 1.9). 

(2) Além disso, o poder inspirador de santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criação e sobre nós é motivo de teme-lO (Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41). 

(3) Quando nós nos apercebemos da Santidade do nosso Deus, Sua separação do pecado, e Sua aversão constante a ele, a resposta normal do espírito humano é teme-lo (Ap 15.4). 

(4) Todos quantos contemplarem o esplendor da Glória de Deus não podem deixar de experimentar reverente temor (Mt 17.1-8). 

(5) As bênçãos contínuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados (Sl 130.4), devem nos levar a temê-lO e a amá-lO (1Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24). 

(6) É indubitável que o fato de Deus ser um Deus de justiça, que julgará a totalidade da raça humana, gera o temor a Ele (Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31). É uma verdade solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as nossas ações, tanto as boas quanto as más, e que seremos responsabilizados por essas ações, tanto agora como no dia do nosso julgamento individual.

CONOTAÇÕES PESSOAIS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS

O temor de Deus é muito mais do que uma doutrina bíblica; ele é diretamente aplicável à nossa vida diária, de numerosas maneiras. 

(1) Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida de obediência aos seus mandamentos e damos sempre um “não” estridente ao pecado. Uma das razões por que Deus inspirou temor nos israelitas no monte Sinai foi para que aprendessem a desviar-se do pecado e a obedecer à Sua lei (Êx 20.20). 
Segundo os salmistas, temer ao Senhor equivale a deleitar-se nos Seus mandamentos (Sl 112.1) e seguir os Seus preceitos (Sl 119.63). Salomão ensinou que “pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal” (Pv 16.6). Em Eclesiastes, o dever inteiro da raça humana resume-se em dois breves imperativos: “Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos” (Ec 12.13). Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniquidade, assim faz porque “não há temor de Deus perante os seus olhos” (Sl 36.1-4). 

(2) 0 crente deve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levando-os a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos de Deus. A Bíblia declara freqüentemente que “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10). Visto que um alvo básico na educação dos nossos filhos é que vivam segundo os princípios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a temerem ao Senhor é um primeiro passo decisivo. 

(3) O temor de Deus tem um efeito santificante sobre o povo de Deus. Assim como há um efeito santificante na verdade da Palavra de Deus (João 17.17), assim também há um efeito santificante no temor a Deus. Esse temor inspira-nos a evitar o pecado e desviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6). Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv 10.19; Ec 5.2,6,7). Ele nos protege do colapso da nossa consciência, bem como a nossa firmeza moral. O temor do Senhor é puro e purificador (Sl 19.9); é santo e libertador no seu efeito. 

(4) O temor do Senhor motiva o povo de Deus a adorá-lO de todo o seu ser. Se realmente tememos a Deus, nós O adoramos e O glorificamos como o Senhor de tudo (Sl 22.23). Davi equipara a congregação dos que adoram a Deus com “os que o temem” (Sl 22.25). 


(5) Deus promete que recompensará a todos que o temem. “O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4). 
Outras recompensas prometidas são a proteção da morte (Pv 14.26,27), provisões para nossas necessidades diárias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27). Aqueles que temem ao Senhor sabem que “bem sucede aos que temem a Deus”, não importando o que aconteça no mundo ao redor (Ec 8.12,13). 

(6) Finalmente, o temor ao Senhor confere segurança e consolo espiritual indizíveis para o povo de Deus. O Novo Testamento vincula diretamente o temor de Deus ao conforto do Espírito Santo (At 9.31). Por um lado, quem não teme ao Senhor não tem qualquer consciência da sua presença, graça e proteção; por outro lado, os que temem a Deus e guardam os mandamentos dEle têm experiência profunda de proteção espiritual na sua vida, e da unção do Espírito Santo. Têm certeza de que Deus vai “livrar a sua alma da morte” (Sl 33.18,19).


Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal
Portal Vivos


Por: Elisiane L.

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